segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Sujam-se as mãos. As pernas. Os pés. Todo o meu corpo coberto de cinzas do que me resta. Da forma que deixou sobre os lençóis. O sangue que ali fica.
Deixo-me escorregar porque é o fácil. Deixo-me ir sem lutar, a forma do corpo mantém-se presa ao consciente, à natureza do viver. Deixo-me ir, enquanto o sol ainda brilha. Enquanto todos olham de lado, enquanto eu olho para o nada.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Encho-me de nadas. De não sentir, nos vultos sem cara que passam por mim.

Pensei que me conhecesse. Que me amasse. Tal como sou, sem nada. Com as mãos cheias de passado, de não querer ser. Talvez se me largar. Se me apertar. Se me deixar cair.

Nesta noite em que só me quero perder.