Chegamos ao fim. À nossa volta Lisboa cobre-se aos poucos de noite, vemos todas as luzes de casas perdidas que se acendem…o que haverá lá dentro? Gritos de crianças, bebés que se recusam a dormir? Discussões, gritos, que palavras? Tentas roubar tudo o que ouves, tudo o que a cidade te permite ver…deixa-os. Não são teus…Pertencem a Lisboa, que nos abraça na confusão de espírito que nos deixa assolados, almas inférteis que deambulam pelos caminhos…Perdi-me. Mais um vez, perdi-me no meio de tantas estradas e ruas e pessoas…vagueio por entre todas as pedras do passado, a alma a esconder todos os desgostos e indecisões de sempre… “Será que devo virar aqui?”…Mais questões, perguntas que não recebem qualquer resposta…e as palavras, Lisboa? E as tuas palavras, os teus poemas? Também tu os perdeste. Morro por entre os gritos de desespero mudos que tento que escapem, nos passos com que tento quebrar o vazio. Lisboa agora parece negra. O céu cobriu-se de nuvens, deste cinzento que traz com ele a tristeza…porque choras? Cidade, porque choras? Todos sentimos cada lágrima que desliza por nós, pela cara, pelas mãos…deixemo-nos morrer. Morro por ti. No veneno que nos corre nas veias, que me obriga a amar-te, a correr para ti, a caminhar em todos os jardins…
16 comentários:
intrusão nada, ora essa. agradeço é pela força e convida a entrares mais vezes no meu cantinho :)
Belíssimo este texto!
Ah, que belo!
Um dia hei de pisar o solo de Lisboa!
;*
Bela simbiose... com a cidade e as pessoas que formam a sua sinfonia. :) Boa semana!
Que maravilhaaa ..
bjs
Insana
espero que sim :O
Belo o teu texto...
é a opinião de um portuense também apaixonado pela sua cidade!
Beijos...
AL
Boa semana. Aguardo o novo post. :)
Obrigada querida , sabes sempre o q dizer *
ana cristina: assim o vou fazer =)*
brisa: obrigada, beijinho*
doce melodia: e nesse dia avisa-me =P*
árabe: óptima semana também para ti*
insana: beijinho =)*
A.S. o porto também é lindíssimo!
m* e tu hás-de saber sempre o que fazer de melhor para ti *
Eu tenho essa curiosidade também, quisera poder avistar além imediato, ou varar com uma visão de raio X o que se passa, lá onde eu não posso ver, e não me considero por isso, invasora, mas uma desejosa de ir além e mergulhar nas mais profundas camadas abissais do ser humano...
E olha, eu amo Lisboa, mas o Porto foi onde vivi e morro de saudades!
Beijos e é sempre um grande prazer ter você no Canto, lá é sua casa também!
;)
Notável e Fabulosa Amiga:
"...“Será que devo virar aqui?”…Mais questões, perguntas que não recebem qualquer resposta…e as palavras, Lisboa? E as tuas palavras, os teus poemas? Também tu os perdeste. Morro por entre os gritos de desespero mudos que tento que escapem, nos passos com que tento quebrar o vazio. Lisboa agora parece negra..."
Simplesmente, sublime.
De uma beleza literária extraordinária e divinal.
Escreve com pureza, encanto e beleza imensas.
Fiquei pasmo, daí o meu silêncio de veneração, fantástica amiga de sonho.
Abraço amigo ao seu talento enorme e gigantesco.
Com admiração SEMPRE!
pena
Bem-Haja, admirável amiga.
Adorei muito.
Parabéns renovados.
É inacreditável a ternura do seu texto em prosa/poética que me deixa atónito e perplexo perante tanto. "Tanto", sabe?
É genial.
Gosto da sua escrita!
Uma boa semana.
Passei aqui para agradecer tuas palavras doces em meu cantinho
Beijo
A tristeza da cidade e a lágrima que tomba, talvez seja também o reflexo das almas que nela habitam, pois o país vive momentos tristes e estão mais entregues à solidão .
Belissimo o teu texto
Boa semana
Bjgrande do Lago
Poesia em prosa da melhor qualidade, querida.
Ainda vou conhecer Lisboa e me perder no meio de tantas estradas e ruas e pessoas...
bjs
Rossana
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