segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Lugar de ninguém




Ecos de silêncio,
ensurdeço escondida nas sombras,
enquanto me cubro de nada
e amarro o olhar à distância que me imponho...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Decidi esquecer-te. Cada lágrima que ainda me roubaste, todas as noites em que o sono se me escapa por entre as pálpebras que tento fechar…Nada disso mereces. Fugiste, abandonaste-me, sem culpa, sem glória, sem paixão. Teve que ser, a fatalidade do destino que nos pertence. Sem desculpas, sem desvios ao caminho que terei que percorrer, longe de ti, tão longe que deixei quase de te sentir, de te lembrar. Guardei algumas das memórias, mas tudo se sumiu com a tristeza que me deste. Preferia que não ma tivesses dado, que me tivesses largado suavemente, cortado aos poucos a corda do baloiço para que a queda fosse menos dolorosa. Tudo em ti foi paixão, foi intensidade, até no amor, até na derrota. Fui vencida por ti. Por ti, pelos passos mais fortes e mais rápidos do que os meus. Não te pude acompanhar, não, nunca corri tão rápido quanto tu, nunca tinha tido alguém a quem dar a mão. Perdoo-te a falta que me fazes, porque não és tu que me fazes falta. Não, não és tu, é só alguém.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Tenho a tua memória na palma do coração,
no único tempo que me permitiu sonhar...
Resta apenas o pó, a sombra do que amei,
as lágrimas de cada palavra que não esqueci...
Escondeste-me o sol, apagaste todas as estrelas...
Perdi-me. Talvez me tornes livre nesta escuridão...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010


 
Abismo que me ilude a alma,

duras palavras que me invadem o pensamento,

fecham os olhos à luz das estrelas…

Para quê olhar o céu?...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Pegadas que as ondas apagam,
as marcas que ficaram de ti,
memórias que me fazem parar.
Apenas vejo a morte,
caminho final no anoitecer perpétuo,
esta escuridão que me torna vazia,
que te esqueceste de levar contigo...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O silêncio permanece onde não estou, fixo-me nas ruínas mortas, nos pensamentos que me atordoam toda a alma. Escondo-me atrás das lágrimas infantis que deixo cair, nas lembranças perdidas do sopro de morte que me fez perder tanto…O silêncio vem detrás de todas as palavras com que rasgo o peito, com que me mato aos poucos para sentir a vida…Gostava de poder quebrar essas palavras, esse mundo que trago sobre mim mesma, na indecisão de o largar. Tudo ficará para trás, nos caminhos que se abrem de novo, nos laços que rasgo e destruo para poder caminhar por entre os passos e as memórias do amor com que amarei um dia…