Decidi esquecer-te. Cada lágrima que ainda me roubaste, todas as noites em que o sono se me escapa por entre as pálpebras que tento fechar…Nada disso mereces. Fugiste, abandonaste-me, sem culpa, sem glória, sem paixão. Teve que ser, a fatalidade do destino que nos pertence. Sem desculpas, sem desvios ao caminho que terei que percorrer, longe de ti, tão longe que deixei quase de te sentir, de te lembrar. Guardei algumas das memórias, mas tudo se sumiu com a tristeza que me deste. Preferia que não ma tivesses dado, que me tivesses largado suavemente, cortado aos poucos a corda do baloiço para que a queda fosse menos dolorosa. Tudo em ti foi paixão, foi intensidade, até no amor, até na derrota. Fui vencida por ti. Por ti, pelos passos mais fortes e mais rápidos do que os meus. Não te pude acompanhar, não, nunca corri tão rápido quanto tu, nunca tinha tido alguém a quem dar a mão. Perdoo-te a falta que me fazes, porque não és tu que me fazes falta. Não, não és tu, é só alguém.