quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Agarras o mundo,
sonhos que voam contigo,
as lágrimas que caíam na terra outrora infértil.
Jardim com os brilhos do mundo,
as cintilantes estrelas que me deste

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Hoje sou ninguém.

Gostava tanto que estivesses aqui. O frio gela-me as mãos e as palavras não saem. Hoje sou ninguém. Só com saudades, com a falta de tudo o que é teu, à espera da tua voz, da tua mão...Espero. Olho para as letras sem significado, para a rua que sempre foi minha...Hoje nada significa. Apenas a saudade de te ter, a espera interminável por ti.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Vejo-te entre os sonhos,
memórias de saudades...
Relembro-te.
Momentos de paixão,
a tua mão na minha...
Quebraste as muralhas de areia,
gestos incansáveis que me deram tudo...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Tento que as palavras saiam pela tinta da caneta, palavras de amor, de sentimentos, daquilo que nunca te consigo dizer. Queria tanto que estivesses aqui. Sentir de novo o teu abraço, o entrelaçar de pensamentos que me dás...dos dedos com que me agarras a mão. Palavras. Não as encontro para ti, nunca enquanto o fogo reacende e as mãos deixam-se esquecidas nele.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

É tempo.
Sumir-me,
desaparecer por entre as ondas,
afogar-me por entre a espuma,
nas leves memórias dum futuro sem fim...
Acabou.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Cravei os dedos no coração.
Rodopio de palavras sujas de sangue,
uma mão marcada no teu corpo.
Fico assim, presa a ti,
às memórias de um passo incerto,
das pegadas que talvez se unam,
um dia, sem o saberem.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Lisboa

Chegamos ao fim. À nossa volta Lisboa cobre-se aos poucos de noite, vemos todas as luzes de casas perdidas que se acendem…o que haverá lá dentro? Gritos de crianças, bebés que se recusam a dormir? Discussões, gritos, que palavras? Tentas roubar tudo o que ouves, tudo o que a cidade te permite ver…deixa-os. Não são teus…Pertencem a Lisboa, que nos abraça na confusão de espírito que nos deixa assolados, almas inférteis que deambulam pelos caminhos…Perdi-me. Mais um vez, perdi-me no meio de tantas estradas e ruas e pessoas…vagueio por entre todas as pedras do passado, a alma a esconder todos os desgostos e indecisões de sempre… “Será que devo virar aqui?”…Mais questões, perguntas que não recebem qualquer resposta…e as palavras, Lisboa? E as tuas palavras, os teus poemas? Também tu os perdeste. Morro por entre os gritos de desespero mudos que tento que escapem, nos passos com que tento quebrar o vazio. Lisboa agora parece negra. O céu cobriu-se de nuvens, deste cinzento que traz com ele a tristeza…porque choras? Cidade, porque choras? Todos sentimos cada lágrima que desliza por nós, pela cara, pelas mãos…deixemo-nos morrer. Morro por ti. No veneno que nos corre nas veias, que me obriga a amar-te, a correr para ti, a caminhar em todos os jardins…

domingo, 31 de outubro de 2010

Lágrimas de chuva...

Gotas de chuva escorrem-me pelo corpo, caminho assim, levemente perdida na tristeza...Talvez hoje não me vejam chorar. As lágrimas confundem-se com a chuva, água em que afogo a alma, mar que me inunda o peito. Continuo a caminhar...olho para trás, as pegadas que ficam marcadas na lama, no passado que me segue, sombra que me aterroriza. Ainda levo o passado agarrado aos pés, restos de pó e de terra que a chuva não limpa. Mais lágrimas que caem, enquanto alguém passa por mim. Confundi-te, desta vez as lágrimas não são mais do que gotas de chuva...

domingo, 24 de outubro de 2010

Espero sentada enquanto o comboio não vem...Laivos de esperança desvanecem-se com o fumo que me sai da boca...Palavras? Não, não quero largá-las. Hoje as manhãs anoiteceram. O escuro deflagrou-me, tornou-se meu. Negro por dentro, o cinzento desta noite sem estrelas...E a espera continua. E o comboio não vem. Tento não pensar, não deixar que a mão pare perdida por entre as linhas deste papel. Não posso pensar. Não nesta espera...O frio cobre-me o corpo, o gelo interminável de esperança que me tenta envolver...Hoje não. Apaguem as luzes, os dias iguais que me fazem caminhar sem rumo. Lembro-me de não te recordar. De não pensar em ti. Perdi tudo num olhar apagado, no amor que sinto pelo que não tenho. Vejo a tua cara entre todos os que passam...Olham para mim, criança que não sabe o que é parar, não sabe que o silêncio talvez seja a melhor palavra. E nada chega. E a espera continua. A dor preenche-me a cabeça com vazio, não quero pensar, não agora.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Máscara incerta do destino,
ecos de passos que me rodeiam,
o silêncio morto que me ensurdece...
Palavras que ainda solto,
gritos de solidão que me quebram
na infertilidade da terra que um dia deixei...

domingo, 3 de outubro de 2010

Desespero...lágrimas não me deixam ver, não consigo ver o que escrevo, os dedos esfumam-se por entre o negro que me envolve...Fico cega por todos, por ti que nem existes, nesta fuga em que o fim vai ser a queda. Vou cair. Sempre caí, só tenho que correr para o meu destino...Nem isso vejo. A dor trespassa-me os olhos, os ouvidos, a dor tão profunda que me abre o peito num grito...Medo, pavor, a morte que quero que me preencha este vazio...Por favor, preenche-me este vazio. Enche-o de nada que é teu, do fim que não envolva ninguém...Faz-me sentir sozinha. Que os fantasmas se dissolvam, se desvaneçam...leva-os, preciso de sentir-me só. Tão só com este vazio, tão ligada a esse negro, até que sejamos apenas um...

domingo, 19 de setembro de 2010

Para ti.

Caminho na corda bamba da razão,
a loucura que te torna irreal,
a solidão que me turva o olhar...
Amarrei-me a ti, certeza que fugiu,
a ti, que te escondes para um dia me amares.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Desilusão. Sangue que escorre da boca que mentiu, nas palavras que se cravaram no meu coração...Afasto-me desse sangue, da ilusão dum sonho que nunca viveu. Talvez possa dar-te o único sentimento que resta...és-me indiferente. E para quê?

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Mas tu queres ficar...

Ninguém mais vai fingir, ninguém mais vai querer fugir para esse Outono. Só vejo folhas que caem, o rodopiar das cores que embatem no passeio, enquanto esses pedaços de sonho são esmagados, pisados pelo passar de estranhos, destruídos para nunca mais voltarem...Pensas que saíste, mas continuas aí, deitado na estrada fria que se atravessa à minha frente, à espera que te levem...Não te vou levantar, não vou sequer gritar, porque já não sei de nós para te poder reencontrar...Morreste enquanto me deixaste cair, folha seca que se partiu nas tuas mãos.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Lugar de ninguém




Ecos de silêncio,
ensurdeço escondida nas sombras,
enquanto me cubro de nada
e amarro o olhar à distância que me imponho...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Decidi esquecer-te. Cada lágrima que ainda me roubaste, todas as noites em que o sono se me escapa por entre as pálpebras que tento fechar…Nada disso mereces. Fugiste, abandonaste-me, sem culpa, sem glória, sem paixão. Teve que ser, a fatalidade do destino que nos pertence. Sem desculpas, sem desvios ao caminho que terei que percorrer, longe de ti, tão longe que deixei quase de te sentir, de te lembrar. Guardei algumas das memórias, mas tudo se sumiu com a tristeza que me deste. Preferia que não ma tivesses dado, que me tivesses largado suavemente, cortado aos poucos a corda do baloiço para que a queda fosse menos dolorosa. Tudo em ti foi paixão, foi intensidade, até no amor, até na derrota. Fui vencida por ti. Por ti, pelos passos mais fortes e mais rápidos do que os meus. Não te pude acompanhar, não, nunca corri tão rápido quanto tu, nunca tinha tido alguém a quem dar a mão. Perdoo-te a falta que me fazes, porque não és tu que me fazes falta. Não, não és tu, é só alguém.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Tenho a tua memória na palma do coração,
no único tempo que me permitiu sonhar...
Resta apenas o pó, a sombra do que amei,
as lágrimas de cada palavra que não esqueci...
Escondeste-me o sol, apagaste todas as estrelas...
Perdi-me. Talvez me tornes livre nesta escuridão...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010


 
Abismo que me ilude a alma,

duras palavras que me invadem o pensamento,

fecham os olhos à luz das estrelas…

Para quê olhar o céu?...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Pegadas que as ondas apagam,
as marcas que ficaram de ti,
memórias que me fazem parar.
Apenas vejo a morte,
caminho final no anoitecer perpétuo,
esta escuridão que me torna vazia,
que te esqueceste de levar contigo...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O silêncio permanece onde não estou, fixo-me nas ruínas mortas, nos pensamentos que me atordoam toda a alma. Escondo-me atrás das lágrimas infantis que deixo cair, nas lembranças perdidas do sopro de morte que me fez perder tanto…O silêncio vem detrás de todas as palavras com que rasgo o peito, com que me mato aos poucos para sentir a vida…Gostava de poder quebrar essas palavras, esse mundo que trago sobre mim mesma, na indecisão de o largar. Tudo ficará para trás, nos caminhos que se abrem de novo, nos laços que rasgo e destruo para poder caminhar por entre os passos e as memórias do amor com que amarei um dia…

domingo, 16 de maio de 2010

Espero por ti neste caminho sem fim...
Horizonte que se expande por entre os sonhos,
na consciência da insignificância de mais uma paixão...
Gota de água num mundo perdido,
um sentimento que se desvanece entre todos...
Sigo com as mãos a brisa que me levas,
vento e folhas que me escapam das mãos,
que não voltam ao que já deixaste...

sábado, 13 de março de 2010

Sonho que me foge por entre os dedos,
aperto-te, tento segurar-te na minha mão…
Cais. Cais sempre na ilusão,
no amor irreal em que quero acreditar…
És asas, noite, fogo que se apodera de mim sem dó…
Ajoelho-me, entrego-me a ti vazia, vazia de tudo…
Agarro os teus pés em cada passo para o abismo,
na lógica incontornável da falta de ser amada…